Nos próximos 13, 14 e 15 de fevereiro nos reuniremos na colônia de férias do Sindicato de Artes Gráficas (Lagomar) para levar a cabo o VIII Encontro Latinoamericano de Organizações Populares Autônomas.
Este encontro surge no ano de 2003 como espaço alternativo ao Fórum Social Mundial, sendo alheio a ingerência de partidos políticos, ONG’s, distante de discursos intelectuais e institucionais que diferem de nossa realidade e das intenções de nossas organizações. Pretende, então, aglutinar, encontrar e articular a luta das organizações populares. Ao ser os próprios atores quem realizam as análises desde suas necessidades, realidades, intenções e anseios, exige uma maior significação e compreensão da real situação e dos distintos problemas e experiências de luta e resistência de nosso continente. Sendo o caminho a luta popular, com independência de classe, inserida em seu meio e desde a sua realidade, é que buscamos a maior participação das organizações que se sentem identificadas com estes princípios.
É assim que em relação a isto se desenvolveu os encontros no Brasil (2003), Bolívia (2004), Argentina (2005), Uruguai (2006), Chile (2007), Brasil (2008) e Argentina (2009). Participando, neles, as organizações das mais diversas atividades: agrupações sindicais, sindicatos, coletivos culturais, muralistas, grupos de teatro, movimentos piqueteros, coletivos feministas e de luta por igualdade de gênero, classificadores de resíduos, ateneos, centros sociais, organizações camponesas, ecologistas, coletivos de defesa dos direitos humanos, recursos naturais, entidades estudantis.
Dois eixos importantes, que estiveram sempre presentes em nossos encontros foram a construção do poder popular e a organização da América para a resistência ao saque opressão capitalista.
O primeiro deles se dedica a construção de um poder dos de baixo, dos oprimidos desta terra, um poder popular que goze de autonomia, liberdade, por fora dos burocratismos, discriminações e segregações para com os pobres do mundo. Pensamos, criamos e recriamos mecanismos que nos permitam tomar nossas posturas e resoluções, nos manifestarmos livremente, nos solidarizarmos com os companheiros agredidos, tudo isso sabedores do sistema em que vivemos e somos parte, tudo isso em conhecimento de nossas próprias limitações e com a consciência clara que este poder popular será a ação prática do mundo novo que levamos em nossos corações, essa mulher e homem novo.
O segundo dos grandes eixos tem a ver com as realidades cotidianas, com nossos mecanismos de luta e resistência contra o saque, contra a dominação deste sistema. Desde aí identificamos os pontos em comum com nossas lutas e reivindicações, buscamos nos organizarmos e nos apoiarmos mutuamente, buscar a forma de aglutinar as lutas americanas em só punho. Não pensamos jamais em ser alheios a mais de 500 anos de saque, massacre, a que viemos sendo submetidos como americanos.
Acreditamos firmemente que através da coordenação e articulação é possível fortalecer a construção de poder popular, uma construção com participação de todas e todos, mantendo a autonomia frente a partidos políticos, o estado e seus governos, ONG e empresas, e todos aqueles que nos digam que fazer com estruturas autoritárias e alheias de nossa realidade.
É por isso que para este oitavo encontro propusemos discutir os seguinte eixos:
Organizações sociais e construção de poder popular:resistência popular.
Articulação de luta popular desde as realidades da América.
Planos do capitalismo para o saque e a opressão na América Latina:IIRSA.
O encontro se está organizando desde que começou o ano, sendo este momento que lhes enviamos este convite para participação na organização das discussões do mesmo. Em conseqüência com o anteriormente exposto é que acreditamos necessário que as frentes de luta que identificamos para Uruguai e América devem encontrar-se e debater, intercambiar, por isso o convite também é para participar da elaboração dos materiais e documentos, para contribuir a discussão.
As frentes propostas são as seguinte (não é uma lista fechada):
Direitos Humanos,
Educação,
Terra e recursos naturais,
Sindical,
Comunitário,
Comunicação e cultura.
É claro que ao tratar-se de uma lista de comissões de discussão que não está fechada, se podem propor novas frentes e oficinas a realizar.
Vemos o encontro como uma ferramenta para articular e consolidar a luta de caráter continental, sem institucionalismos governamentais, sem ONG’s, sem partidos, com independência de classe e luta popular.
Esperamos contar com sua presença.
Arriba los que lucha!!
Comissão de Organização do Oitavo ELAOPA.
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